12 dados e imagens surpreendentes sobre o panorama religioso global

O secularismo está em declínio!

No início de 2019, Jason Mandryk, missiólogo canadense que vive na Inglaterra, em palestra da GAFCON – Global Anglican Future Conference [Conferência Global do Futuro Anglicano] realizada em Dubai (G19), trouxe um panorama de como Deus está atuando ao redor do mundo. Os dados a seguir – Mandryk é o autor da publicação Operation World, literatura cristã que compila pesquisas e dados de países em todo o globo e também um guia de oração –, além de informar, encorajam a igreja mundial a cooperar com a Missão de Deus.

1. O mundo pode ser dividido em dois principais blocos

Ao olharmos para a imagem que colore os países segundo a religião da maioria da população, fica claro que – embora vivamos em um mundo globalizado, no qual há hindus na Europa, muçulmanos no Brasil, budistas nos Estados Unidos, cristãos no Oriente Médio e assim por diante – o mundo (geograficamente) está dividido em dois principais blocos, e os que declaram ter uma religião que não o cristianismo (ou nenhuma religião) concentram-se no norte da África, Oriente Médio e Ásia.

2. O hinduísmo concentra a maior parte de seus seguidores na Índia

Claro, é possível encontrar uma porção de pessoas que vêm de uma tradição hindu pelas ruas de Londres, por exemplo; contudo, a intensa concentração dos hindus está no sul da Ásia, mais especificamente na Índia. Segundo dados do Infoplease, 1,07 dos 1,12 bilhões de hindus (cerca de 14,3% da população mundial atual) hoje estão na Índia e no Nepal. Na imagem, cada ponto amarelo pequeno representa uma população de 50 mil pessoas. Vale ressaltar que o hinduísmo, assim como as demais principais religiões mundiais, tem práticas e entendimentos muito diversos.

3. O budismo está novamente ganhando adeptos na China

O budismo é a quarta maior religião do mundo em número de seguidores: aproximadamente 500 milhões (cerca de 7% da população). É um pouco mais espalhado que o hinduísmo, e, apesar de ser a principal religião de muitos países do sudeste asiático – como Tailândia (95% da população é budista), Cambodja, Mianmar e Butão –, a China é o país que concentra o maior número de seguidores. Durante o período comunista, a prática religiosa na China foi suprimida. Recentemente, observa-se um aumento no número de afiliações religiosas de forma geral, especialmente dos que se declaram budistas.

4. O islamismo não é majoritariamente árabe

Boa parte dos ocidentais associam o islamismo (apenas) à cultura árabe e à identidade árabe. De fato, essa religião tem origem nas cidades de Meca e Medina (hoje ambas ficam na Arábia Saudita), e, quando Maomé (o profeta do islamismo) morreu em 632 d.C., a mensagem que ele pregou havia transformado por completo a península arábica. Hoje, contudo, os países com o maior número de muçulmanos não são árabes: Indonésia, Paquistão, Índia e Bangladesh. Mesmo o Irã, em quinto lugar na lista, não é considerado um país árabe por conta do idioma persa. A diversidade cultural, linguística, étnica e de crenças do islã em termos globais é algo essencial a ser considerado pelos que são testemunhas de Cristo.

5. A segunda maior população não religiosa do mundo está nos EUA

A China, cuja população em 2019 girava em torno de 1,4 bilhão de habitantes, é o país com mais pessoas que se declaram não religiosas: perto de 600 milhões. O que surpreende muitos, contudo, é que os Estados Unidos são o país com a segunda maior população não religiosa do mundo. “Um país que, com muita frequência, associamos a valores cristãos e a uma herança cristã”, diz Mandryk. Segundo dados do site do Pew Research Center, há uma tendência de alta das próximas décadas dos que se declaram não religiosos tanto na América do Norte (de 19,2% em 2020 para 25,6% em 2050) quanto na Europa (de 20% em 2020 para 23,3% em 2050).

6. O islamismo é a religião que mais cresce do mundo

A alta taxa de fertilidade entre os muçulmanos (2,9 filhos/mulher) – associada a uma população, em média, mais jovem – é a principal razão do crescimento exponencial desse grupo religioso. Há conversões tanto de outros grupos religiosos como de não religiosos ao islã, mas o maior número de nascimentos responde por mais de 90% do aumento do número de fiéis. Quanto aos cristãos, há cem anos, em média uma a cada três pessoas declarava-se cristã, e esse número se manteve. “A maneira como as pessoas expressam a fé cristã mudou consideravelmente no último século, mas o percentual dos que se declaram cristãos, em nível mundial, permaneceu inalterado”, afirma Mandryk.

7. O secularismo está em declínio!

Principalmente no Norte global, ouvem-se afirmações do tipo: “Religião é algo primitivo, o secularismo vem aí”. Como mencionado, apesar de o número dos que se declaram não religiosos estar aumentando na América do Norte e na Europa, o retrato global é diferente: enquanto, em 1970, 80% da população mundial tinha alguma afiliação religiosa, em 2025 esse percentual deve subir para pelo menos 90%. Países ex-comunistas, como China, Rússia e Vietnã, por exemplo, estão entre os que mais têm pessoas afiliando-se a alguma religião. Em menos de 10 anos, se contarmos apenas os cristãos pentecostais e carismáticos, esse número superará o de pessoas não religiosas.

8. 48 mil diferentes denominações cristãs em 2019

De acordo com Mandryk, há 2,5 bilhões de pessoas que se declaram cristãs hoje no mundo, representando 48 mil diferentes denominações. “A forma como adoram reflete a diversidade do corpo de Cristo e a singularidade de cada contexto, isso é belo. Ao mesmo tempo, sabemos que muitas denominações não surgiram de movimentos vibrantes, mas de divisões”, pontua o missiólogo. Outra questão a ser comemorada e, ao mesmo tempo, ponderada é: em cada um dos países de todo o globo, há um grupo de cristãos, o que não era realidade há uma ou duas décadas. Os pontos azuis na figura são muito mais dispersos e numerosos que os demais pontos coloridos das imagens anteriores. De outro lado, o cristianismo ainda não gera o impacto esperado em muitos lugares.

9. O cristianismo é, cada vez mais, uma religião do Sul global

Apesar de o cristianismo ainda ser associado a civilização e cultura ocidentais – mesmo que seu berço seja o Oriente Médio –, é na África, Ásia e América Latina que estão a maioria dos cristãos do mundo, e isso tem aumentado a cada ano. Quando olhamos especificamente para os cristãos chamados evangélicos (de todas as denominações), o gráfico mostra como o crescimento desse segmento é incrivelmente maior no Sul Global que no Norte global: já na década de 1980, eles passaram a ser maioria. Sendo que metade da população do planeta tem menos de 27 anos, isso significa toda uma geração que nasceu em um mundo em que a maioria dos evangélicos é do Sul global.

10. A missão é policêntrica

A maior parte dos missionários transculturais hoje também é do Sul Global. “Como um canadense que mora há 30 anos na Grande Londres, afirmo que, por onde circulo, não é um britânico que se aproxima de mim para testemunhar sobre Jesus, ou que vejo pregando nas ruas, ou que me entrega um folheto e me convida para uma reunião cristã. É quase sempre um nigeriano, um coreano, um brasileiro, um eritreu, um chinês…”, testemunha Mandryk. Não há mais a dinâmica “do Ocidente para o restante do mundo”, agora, a missão é policêntrica: de todos os lugares para todos os lugares.

11. O foco não são, necessariamente, os países menos evangelizados

O mapa destaca os dez países com as maiores populações não cristãs do mundo, coloridas segundo a religião predominante (ou não religião). Nas últimas décadas, esse foi, prioritariamente, o foco de boa parte das organizações missionárias ocidentais. Atualmente, a Europa tem sido o campo de muitas missões do Sul global, que a enxergam como o continente com a maior carência espiritual, a despeito de todo acesso que esses países têm ao evangelho – rádio e TV cristãs, igrejas operando, Bíblia traduzida em suas línguas, liberdade de culto etc.

12. Século 19 X século 21

Se olharmos para algumas das faces dos que estavam envolvidos com missões no século 19 – homens brancos, mais velhos e ocidentais –, veremos que são bem diferentes das atuais: a maioria são mulheres, jovens, do Sul Global. Quanto à liderança das organizações missionárias, também se observa grande mudança: o líder dos católicos romanos, por exemplo, é argentino; o da World Evangelical Alliance (WEA), filipino; o da Interserve, indiano; o da OMF vem de Hong Kong; a Operation Mobilisation (OM) é liderada por um cingapuriano; e a SIM, por um nigeriano. Um missionários africano fez uma boa comparação sobre a diferença de se fazer missões hoje e no século 19. Segundo ele, os estrangeiros costumavam ir a outros países, colocar a mesa, convidar os locais e servir a refeição tal como estavam acostumados em suas culturas de origem. Hoje, é como convidar as pessoas a ir para a cozinha preparar e degustar uma refeição em conjunto: cada pessoa contribui com ingredientes, temperos, receitas, dons.

Quer saber mais?

  • A palestra que deu origem a esse post está disponível em inglês aqui.
  • Assista à série de vídeos Missões pós-pandemia, baseada no eBook Transmissão Global, Missão Global, de Jason Mandryk. Se quiser baixar o eBook gratuitamente, clique aqui.
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