Uma simbiose do além – Parte 2

por Alex Dias Ribeiro

Simbiose – Segundo o dicionário quer dizer: duas vidas de espécies diferentes vivendo juntas, interagindo e convivendo com benefícios mútuos. Quando um homem e uma mulher se unem, eles passam a ser uma só carne experimentando uma simbiose emocional e biológica de dois seres da mesma espécie, capaz de gerar outras vidas.

 

A grande simbiose universal acontece entre seres de espécies diferentes e seres da mesma espécie, ao mesmo tempo. Diferentes, porque Deus é o Criador e nós suas criaturas. Iguais, porque fomos criados à imagem e semelhança dele-sua majestade, o ser humano, tão grande e, ao mesmo tempo, tão pequeno!

Como isso funciona?

Para explicar como isso funciona na prática, Jesus nos deixou esta pérola: “Eu sou a verdadeira, meu Pai é o agricultor. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto de si mesmo, se não permanecer na videira. Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Amem-se uns aos outros como eu os amei.”

A videira é Jesus. A vida cristã é a pessoa de Jesus vivendo em nós 24 horas por dia, sete dias por semana. É Cristo juntando-nos a ele em uma única peça com seu fôlego e seu sangue fluindo através de nós! Os ramos somos nós. Desconectados da videira não temos vida espiritual. E é isso que está nos faltando. Fomos feitos para viver da videira e nos reproduzir em muitos frutos. Nunca estaremos plenamente satisfeitos com menos que isso.

Nossos frutos são o caráter transformador das pessoas que levamos ao encontro da videira. Todavia, não podemos dar frutos de nós mesmos, a menos que permaneçamos ligados à videira. É por isso que Jesus afirma: Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.

Desligados dele, somos tão inúteis como um liquidificador desconectado da tomada.

O Agricultor é Deus. Como dono da vinha, ele corta e lança fora os ramos que estão na videira mas não produzem frutos. Ele também poda os ramos que dão frutos para que produzam ainda mais frutos. A poda é o prêmio para o ramo que produz. Um prêmio que ninguém gosta de receber porque dói muito. A vantagem é que a poda destrói nossa base de sustentação humana, abrindo um novo leque de possibilidades divinas para as coisas novas que estão diante de nós.

A poda arranca de nós toda distração da função primordial de nossa vida: receber da videira, nos alegrar no Senhor e dar frutos que produzem novos frutos. A poda nos faz desistir de descansar nos louros das conquistas passadas, para focarmos nossa energia na direção de produzir mais frutos. A dor que a poda provoca é absolutamente necessária para fortalecer os músculos da alma e a consistência do nosso ser como ramo turbinado pela seiva divina. A poda é ótima ferramenta nas mãos do Criador para modelar nosso caráter, e nos livrar do engano da autossuficiência e de nossas fantasias espirituais. Ela nos livra de nos perdermos pelos caminhos da jornada e nos leva em segurança ao nosso destino eterno. Da videira vem a seiva que alimenta nossa alma, nosso coração e vitaliza nosso corpo. Se permanecermos em Cristo, ele permanecerá em nós.

Segundo Carlos McCord, o alvo da vida cristã tem de ser tirado para fora do nosso ego e centrado em Cristo, Como videira, ele é a fonte da vida. Cristo é tudo e está em todos. Todo mundo possui a vida cristã em sua plenitude? Os que receberam a Cristo sim, mas nem todos estão vivendo a plenitude de sua vida cristã. Isso explica por que muitos de nós vivemos uma vida espiritual tão medíocre.

O amor de Deus está ao alcance de todos. Ele é mais abundante que o oxigênio na natureza. Nosso ser espiritual necessita desse amor tanto quanto nossos pulmões necessitam de oxigênio para sobrevivermos.

A simbiose do espírito de Deus com a alma humana produz vida abundante, alegria, contentamento, amor, esperança, domínio próprio, sabedoria, discernimento espiritual, esperança, confiança e ainda protege o nosso eu do colapso da consciência, dando-nos a firmeza moral para uma total mudança, paradigmas morais e comportamentais.

Essa simbiose consuma-se no coração humano. Isso, no entanto, só acontece na vida daquele que abre seus braços como a manjedoura que acolheu o recém-nascido menino Jesus, para acolher o ressuscitado Filho de Deus em um nível de intimidade que jamais imaginamos em nossos sonhos mais coloridos. “Isso acaba refletindo a glória de Deus na pessoa que o recebe, na vida da igreja, na sociedade e no mundo.” (Carlos McCord)

E foi essa percepção que transformou aquele natal em Brasília*, em um natal completamente diferente para mim. O produto dessa descoberta foi um ano novo atômico e este livro, porque a revelação de Cristo na alma humana é um processo contínuo e não apenas um evento.

Resumindo: a simbiose é o sangue de Cristo circulando em nossas veias e o fôlego do Altíssimo inflando nossos pulmões. E essa simbiose há de ser o alicerce de toda a superação.

*vide parte 01

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